quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O que é uma potencia olímpica

A gente ouve diariamente aquela história de que o Brasil quer ser uma potencia olímpica. Mas afinal, o que é uma potencia olímpica?

Para mim, as medalhas conquistadas não levam o país a ser uma potencia olímpica. As medalhas são consequência de o país ser uma potencia.

Para mim, são oito as potencias olímpicas atualmente:
EUA, China, Grã Bretanha, Rússia, Itália, França, Austrália e Alemanha.

E não foram as oito primeiras colocadas no quadro de medalhas de Londres.

Um país que é uma potencia olímpica tem que ter representantes bons na maioria dos esportes. Isso, por exemplo, não acontece com a Coreia do Sul, que ficou em quinto no quadro de medalhas em Londres, mas não chegou sequer a UMA FINAL olímpica no atletismo.E olha que eles sediaram o mundial de 2011.

O Cazaquistão, que ficou em 12º no quadro de medalhas, chegou em poucos esportes. Aliás, apenas 21 vezes esteve entre os oito primeiros. Só para comparação, o Brasil chegou 38 vezes entre os oito primeiros.

Um país que é uma potencia olímpica tem um bom trabalho de base, tem uma imprensa que divulga e  ENTENDE das modalidade olímpicas, sedia bastante eventos, tem esportes nas escolas e/ou nas universidades, investimento de empresas privadas(principalmente) no esporte de alto nível e de empresas púbicas (principalmente) no esporte de base e muitos outros motivos.

Um país que tem tudo isso passa a ser uma potência olímpica e não quem ganha muitas medalhas.

E o principal objetivo para o Brasil até os Jogos de 2016 é criar tudo isso que foi citado acima e não necessariamente ganhar medalhas.


As medalhas legais de serem conquistadas, eu vibro com cada uma delas...Mas tudo é consequência do que foi feito.

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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Mãe Dinah

Faltam pouco menos de quatro anos, mais de 1400 dias para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Mas dá para ter uma pequena noção de como o Brasil vai no quadro de medalhas. Pequena, mas dá para imaginar.

Primeiro de tudo, quando você joga em casa as coisas mudam. Com certeza aquele juíz da luta do Esquiva Falcão não puniria o brasileiro e ele seria campeão olímpico caso os Jogos fossem no Brasil.

E não seria um roubo. É diferente. Os dois "mereciam" a vitória e, num esporte subjetivo com está o boxe atual, você dá a vitória para quem você quiser. No Brasil, ele não perderia a luta.

Quando joga em casa, tudo muda.

Imagino o Brasil entre 25 e 30 medalhas. Na  verdade, 27.

Pela geração que está por vir no atletismo, imagino três medalhas.

Na natação, nenhum novo nome deve surgir para brigar pela medalha no Rio.Mas Cielo, Thiago e Bruno Fratus tem tudo para manter-se entre os melhores do mundo. Imagino três medalhas.

O judô feminino está com uma equipe adulta jovem e muito boa e algumas boas atletas vindo. Penso em quatro medalhas somente no feminino. O masculino tem ótimos nomes no adulto, mas poucos surgindo. Chuto duas medalhas e um total de seis para o judô.

No vôlei, dá para pensar novamente em quatro medalhas. O time feminino poderá manter a base de Londres. O masculino está com uma renovação encaminhada. Na praia, o Brasil é sempre forte e é "fácil" prever uma medalha no masculino e outra no feminino.

O futebol masculino deve brigar pelo ouro. Aliás, acho que agora vai o tão sonhado título olímpico. O feminino está mal, tanto no adulto como na base, acho que não chega para medalha.

A vela é um esporte difícil de se prever, principalmente por todas essas mudanças de classes. Com a péssima fase, penso em uma medalha apenas.

Seriam 18 medalhas nos "esportes de sempre". Aqueles que o Brasil costuma subir no pódio em praticamente todos os Jogos Olímpicos.

Outras nove viriam de algumas novidades:

O boxe, que depois de Londres não é tão novidade assim para os brasileiros, vai continuar brilhando. Com um possível aumento no número de categorias no feminino, acho que o Brasil leva quatro medalhas.

O Handebol feminino e o basquete masculino estão com um time muito bom atualmente mas que talvez chegue ao Rio um pouco envelhecido. Com algumas peças mais novas, serão times muito competitivos. Aposto em pelo menos uma medalha entre esses dois times. Ou um ou outro.

A ginástica artística masculina terá uma equipe muito forte. A feminina nem tanto, já que está com pouca renovação. Imagino duas medalhas para ginástica masculina.

A canoagem está com atletas de base muito bons. O ciclismo MTB tem nomes jovens que podem surpreender. No levantamento de peso, podemos ter alguma surpresa,assim como na luta feminina. Dentre esses quatro esportes, acho que vem uma medalha para o Brasil. Um desses quatro será a novidade brasileira no pódio no Rio.

A tal 27ª medalha viria de uma modalidade que trouxe recentemente medalha para o Brasil. Ou o hipismo, ou o taekwondo ou o pentatlo moderno. Qualquer um dos três, a medalha viria com um atleta ""consagrado", seja Natalia ou Diogo do taekwondo, Rodrigo ou Doda do hipismo ou Yane no pentatlo. Não vejo um nome JÁ PARA 2016, nessas modalidades.

Badminton, esgrima, hóquei na grama, nado sincronizado, remo, saltos ornamentais, tênis, tênis de mesa, tiro, tiro com arco e triatlo são modalidades que tem tudo para conquistarem os melhores resultados da história recente, mas, analisando friamente, dificilmente terão atletas brigando pelo pódio no Rio.
Vão brigar por bons lugares, mas pelo pódio muito complicado.

O esporte é maravilhoso pelas inúmeras mudanças, pelo imponderável, por favoritos perderem e surpresas vencerem.

Mas é isso que eu acho que vai ser a Olimpíada de 2016.

27 medalhas. 9 ouro, 9 pratas e 9 bronzes e a 10ª posição no quadro de medalhas.

Me cobrem no dia 21 de agosto de 2016, quando os Jogos do Rio acabarem.

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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Vôlei de praia

O vôlei de praia é o esporte de mais sucesso brasileiro em Jogos Olímpicos recentemente. No programa olímpico desde 1996, foram onze medalhas na história, com pelo menos dois pódios em cada edição.

 Para 2016, imagino que o vôlei de praia feminino esteja melhor encaminhado que o masculino.

 Se Juliana e Larissa seguirem mesmo a parceria, de muito sucesso, aguentam mais um ciclo sem grandes problemas. Além disso, muitos outros nomes seguem entre as melhores do mundo.

 No masculino, Emanuel e Ricardo DEVEM(Ainda não garantiram nada) largar o vôlei de praia antes de 2016, Marcio também está velho. Ou seja, as três principais duplas do Brasil atualmente não devem chegar aos Jogos do Rio.

 Portanto, é bom ficar de olho no mundial sub-21 de vôlei de praia, que tem início amanhã, no Canadá. O Brasil vai com Rebecca/Drussyla e Marcus/Guto. Marcus e Guto são irmãos e o primeiro foi bronze no mundial da categoria ano passado, ao lado de Vitor Felipe.

O Brasil não ganha esse mundial há cinco anos, o que é um jejum muito grande para um país tão tradicional na modalidade. Desde 2006 no masculino e desde 2007 no feminino.

 E é um momento legal para o Vôlei de praia brasileiro, com a mudança do Circuito Brasileiro, que agora começa no fim do ano e termina no início do ano seguinte e não é mais tesourado pelo Circuito Mundial.

É um momento de mudanças.

 Mas muito provavelmente o Brasil vai continuar sim entre os melhores do mundo.

O Brasil deve chegar a Olimpíada do Rio com quatro chances de medalhas, duas no masculino e duas no feminino.

 Mas temos que deixar de ser "gulosos" e assim que saírem as chaves não pensarmos em uma "final brasileira". O Brasil não domina mais amplamente o esporte como há alguns anos, tanto que não ganha nenhum ouro olímpico desde 2004.

 Aliás, na história são "apenas" dois ouros.

 Mas imagino que esse número vá mudar para o Rio.

 Vamos confiar.

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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Bimba e Kiteboard; Bruno e a laser

A classe RS:x, na qual Bimba disputou as últimas quatro Olimpíadas na vela, muito provavelmente ficará de fora do programa olímpico em 2016. A decisão sai final no fim desse ano.

Conversei com o Bimba, ele já está começando o processo de mudança de classe: " Sim, já estou velejando de Kite, apesar de não chamar isso exatamente de treino. Pois ainda nem tenho a prancha oficial de regatas.Estou num ritmo de velejo /férias/treino".

Ricardo Winick ficou nas últimas três Olimpíadas entre os 10 primeiros. Quarto em Atenas, quinta em Pequim e nono em Londres

"Caso o Kite seja a única opção, então  em novembro eles vão falar sobre que marca de kite poderemos usar.Até lá estarei treinando de kite." concluiu o atleta.

Já a classe Laser ficará no programa. E Bruno Fontes, 12º colocado em Londres, continua na classe: " É a classe que tenho mais chances e  não quero começar do zero em outra. Ano a ano tenho melhores resultados e assim sigo".

A grande novidade para a classe laser é a possível volta de Robert Scheidt. Campeão olímpico em 96 e 2004 e vice em 2000, ele esteve na Star nos últimos ciclos olímpicos, ganhou uma prata e um bronze, mas viu sua modalidade estar praticamente excluída dos Jogos do Rio. 

Bruno adorou a ideia: " Eu gostei da ideia. Será um grande desafio. Já venci ele e posso vencer de novo".

E a vela quer voltar aos bons tempos. A campanha em Londres foi a pior desde 1992.

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domingo, 26 de agosto de 2012

Mundial de curta

Terminou a penúltima seletiva para o Mundial de Piscina curta, que será disputado em Istambul no próximo mês de dezembro. E o Brasil já tem 10 atletas classificados.

O Mundial de piscina curta é um evento legal e importante. Mas acho que seria especial para algum atleta que jamais disputou um mundial, que não tem experiência em grandes competições.

 Algo parecido com o que aconteceu com um "tal" de Cesar Cielo em 2004, que fez parte do revezamento medalha de prata no mundial disputado meses depois da Olimpíada de Atenas.

Pode-se dizer que Cielo "surgiu" ali para a seleção nacional.

O problema é que, para o Mundial de Istambul, os 10 classificados fazem parte dos "mesmos de sempre". Não temos, até o momento, nenhuma novidade.

Cesar Cielo, Thiago Pereira, Kaio Márcio e Felipe França fazem parte da elite da natação brasileira. Um é campeão olímpico, o outro "Mister Pan" e medalhista olímpico, o outro recordista mundial e o último campeão mundial.

Felipe Lima, Henrique Rodrigues, Guilherme Guido, Daniel Orzechowski e Nicholas Santos já disputaram pelo menos uma Olimpíada e precisam subir um degrau se quiserem brigar por medalhas em grandes competições.

Por fim, a única mulher da equipe até o momento, Etiene Medeiros. Jovem, foi muito bem nos 50m costas e conseguiu índice. Já foi medalhista em um Campeonato Mundial juvenil, também nos 50m costas. Mas, quando conversei com ela durante o Finkel, ela mesmo disse que os 100m costas é um carma em sua vida, que ela não consegue "voltar" tão rápido. Ou seja, pensando em Olimpíada ainda está um pouco distante.

Ainda há a expectativa da última seletiva, o Open de natação em novembro. Vamos torcer não só pelos índices dos de "sempre" como Bruno Fratus, Fabiola Molina, Daynara de Paula, Henrique Barbosa, Leonardo de Deus ou Tales Cerdeira mas também por alguma novidade.

Raphael Rodrigues nos 100m peito e Gabriel Fidelis nos 200m peito devem brigar pela vaga. Frederico Veloso e Arthur Mendes Filho no nado borboleta também podem surpreender. Esses quatro e mais alguns outros podem ser candidatos a "brilhar" já nesse mundial de curta, o que será um empurrão para o restante da carreira.

E "está na hora" de alguns atletas, como Alessandra Marchioro, João Gomez(Já foi finalista mundial nos 50m peito), Fernando Ernesto, André Schultz, Giuliano Rocco conquistarem vagas nas grandes competições e, nelas, obter ótimos resultados. São nadadores de muito talento mas que ainda brigam mais por índices e vagas nos mundiais, do que por finais em mundiais.

E nada melhor do que um Mundial de Curta para começar a mudar essa história...

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sábado, 25 de agosto de 2012

Ciclismo pista

O ciclismo brasileiro fez uma Olimpíada razoável. No BMX, os dois atletas se machucaram, mas são jovens e a classificação já foi uma grande vitória. No Mountain Bike, Rubinho ficou numa posição semelhante a que ficou em Pequim. Na estrada, alguns ciclistas chegaram juntos com o pelotão da frente.

Mas e a pista?

Ah, a pista, que dá mais medalhas, são 10 de ouro contra oito das outras três modalidades somadas.

E o Brasil segue muito mal no ciclismo pista. Nenhum atleta ficou nem próximo de uma vaga olímpica e a seca de medalhas no Pan vem desde 1995.

No último ciclo olímpico, a modalidade deu um suspiro, ganhou medalhas inéditas em Jogos Sul-Americanos e em outros campeonatos continentais. Mas foi pouco, muito pouco.

E o futuro não parece tão bom.

O Mundial júnior da modalidade está ocorrendo na Nova Zelândia, com a participação dos futuros astros da modalidade.

E o Brasil não mandou nenhum atleta. Assim como não mandou também para o mundial adulto desse ano, disputado em março.

O velódromo do Rio Janeiro, construído para o Pan e que era de alto nível, já teve de tudo. Gravação de novela, show, competição de patinação. O que menos teve lá foram competições. E nenhuma de nível internacional.

O técnico da seleção? Mudou algumas vezes durante o ciclo.

Nesse ano, o destaque brasileiro foi Flavio Cipriano, que conseguiu algumas boas participações no Keirin em etapas das Copas do Mundo.

E nossos vizinhos seguem brilhando na modalidade. Argentina ganhou ouro olímpico em 2004, a Colômbia sempre entre os melhores. O Chile classifica alguns atletas para a Olimpíada, o Uruguai ganhou medalha olímpica recente...

Para o Rio 2016 o Brasil tem ao menos uma vaga garantida para homem e outra para mulher. E, pelo andar da carruagem, dificilmente vai conseguir mais que isso.

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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Anos e anos de atraso

Muitos perguntam por que o Brasil não é bom em modalidades como Levantamento de peso, luta olímpica, tiro, canoagem que dão, juntas, 64 medalhas de ouro numa Olimpíada.

Claro que tem muitos porquês, mas um deles é há quanto tempo o esporte é praticado no Brasil com relação aos outros países.

Por exemplo, o desempenho do Brasil na luta olímpica feminina é, atualmente, muito melhor do que o desempenho dos homens. Uma das respostas, talvez a principal, é que os homens tem mais de um século de atraso com relação aos outros países, enquanto as mulheres começaram há pouco tempo.

A luta  feminina virou olímpica em 2004, há apenas oito anos. A luta feminina do Brasil começou "quase" ao mesmo tempo que nos outros países. Já a masculina tem anos e anos de atraso pois há um século a modalidade já era olímpica e o Brasil não tinha sequer pensava em criar um Comitê ou uma Confederação.

Outro exemplo é a prova de maratona aquática. A natação feminina do Brasil em piscina está bem fraca, mas nas águas abertas, o Brasil tem duas das melhores atletas do mundo, Poliana e Ana Marcela. A prova passou a ser olímpica em Pequim 2008. As brasileiras "começaram" ao mesmo tempo que os outros países, então conseguem ter um nível alto.

O boxe feminino virou olímpico em Londres 2012. E o Brasil foi um dos únicos quatro países que levaram equipe completa, com três atletas. Ou seja, o Brasil não é atrasado nessa modalidade, já que "começou" ao mesmo tempo que seus rivais.

Isso pode ser corrigido. O Brasil pode vir a ser forte no remo, na canoagem, ciclismo, esgrima etc etc mas é um caminho muito mais longo. São anos de defasagem...

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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Vela em 2016

Ainda não é 100% certo, mas o programa de vela da Olimpíada do Rio está praticamente definido. A última chance de qualquer mudança é na Reunião do ano que vem.

A classe Star está, no momento, fora da Olimpíada. E, segundo os próprios atletas, dificilmente volta.

A Star é talvez o barco mais complicado da vela olímpica atual e, por isso, muitas vezes as pessoas que estão lá são mais velhas. Que é exatamente o que o COI não quer. O COI quer cada vez mais trazer a "Molecada" para o esporte, e por isso introduz cada vez mais as classes mais "radicais".

Sou contra quando se trata da classe Star. Não porque o Brasil é bom nessa classe. Mas porque a classe Star é a que tem os velejadores mais capacitados, é a "fórmula 1" da vela olímpica e saiu do programa. Uma pena.

A princípio, serão 10 as classes olímpicas no Rio:

A laser masculina e laser radial feminina se mantiveram no programa, assim como a classe Finn e 49er masculina e as classes 470 no masculino e feminino. São seis classes as que continuam no programa de Londres para o Rio.

No lugar da RS:x entra a tal da Kiteboard, que é uma mistura de Wakeboard, com windsurf e paragliding. Nunca vi uma regata dessa, mas não acho que tenha a cara de uma Olimpíada. Acho que tem mais a cara de um X-games. Serão disputadas regatas no feminino e masculino.

A classe Elliot 6m, disputada só entre mulheres e no formato de match Race e classe Star masculina  foram trocadas pela Nacra 17, barco catamarã que será mista e com duas pessoas na tripulação e pela 49er feminina.

Acho que pesou também que o COI quer cada vez mais a igualdade entre os sexos masculino e feminino. Em Londres, foram seis classes masculinas(RS:x,Laser,finn,Star,470 e 49er) e quatro femininas(RS:x,laser,470 e Match Race). Agora, a princípio, serão cinco masculinas, quatro femininas e uma mista.

O mundial da classe Kiteboard acontece no próximo mês de outubro e aí começaremos a ver quem serão os favoritos para a Olimpíada. Depois que um esporte vira olímpico, tudo muda, novos atletas entram, a competição fica ainda mais acirrada. Bimba, brasileiro da classe RS;x, já disse que tentará ir ao Rio pela classe Kiteboard.

Um nome a se olhar é Nayara Licarião, que ficou entre as primeiras colocadas em algumas competições ano passado.Olho nessa menina!

A classe Nacra 17 tem um barco parecido com a classe em que os brasileiros Martim Lowy e Kim Vidal foram campeões mundiais jivenis ano passado e ficaram com o bronze esse ano, que é a SL40. Há alguma esperança.

Pelo que o calendário mostra, o próximo Circuito da Copa do Mundo já aparece com essas novas classes, assim como o Mundial de 2014.

Vale lembrar que a vela é o segundo esporte que mais trouxe medalhas para o Brasil. Mas, por aqui, está uma zona, com a Confederação devendo milhões e milhões e com intervenção do Comitê Olímpico Brasileiro. Não temos renovação, não tem um trabalho bem feito...Ninguém sabe o que vai acontecer no Rio, mas em Londres já vimos. Apenas três Regatas da Medalha e apenas um pódio, na pior campanha desde 1992.

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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Para 2020

Ano que vem, o Comitê Olímpico Internacional se reunirá em Buenos Aires para decidir o programa olímpico de 2020.

E também quais provas exatamente serão disputadas em 2016. Os esportes estão decididos, mas ainda podem haver as inclusões de categorias, como mais três nas lutas femininas. Tem gente que fala até em disputas de futsal e futebol de areia, que entrariam na modalidade futebol, e por isso poderiam até acontecer. Mas acho difícil.

Para 2020, tentam a inclusão os seguintes esportes: Beisebol/Softbol(Agora tratados como um esporte só pelo COI), Patinação,karatê, squash,wakeboard, escalada e wushu.

A tendência é que um desses esportes acima entre no programa. Mas, para isso, um que está no programa terá de sair.

 Há algumas Olimpíadas, o  número de 302 provas está estabilizado. Depois de um século inteiro aumentando o programa, desde 2000 as provas olímpicas são entre 300 e 302. O último aumento ríspido foi de 96 para 2000, em que o número passou de 270 para 300.

E acho justo que o número pare por aí, para que uma medalha olímpica não vire uma coisa banal.

Sou contra a inclusão das provas de 50m peito,50m borboleta e 50m costas na Olimpíada, principalmente pelo fato de quem ganha essas provas, geralmente, são os velocistas e não os que nadam melhor esse estilo. Por exemplo, Cielo nem treina a prova de borboleta e é campeão mundial dos 50m borboleta. Rebeca Gusmão foi recordista brasileira dos 50m peito por um bom tempo.

Sou contra também a inclusão de provas do skiff simples peso leve no remo, em que Fabiana Beltrame é atual campeã mundial.Também acho que as provas de 500m da canoagem não devem voltar ao programa. Até a Olimpíada de Londres, as provas olímpicas eram 500m e 1000m e, em Londres, os 200m passaram a fazer parte, no lugar dos 500m.

Sou contra a inclusão de provas de duplas no tênis de mesa ou a entrada do tal basquete 3x3 que foi testado nos Jogos Olímpicos da Juventude.

O número de provas poderia até ser menor. Acho que 15 medalhas de ouro entregues no tiro um número demasiado. Poderia ser oito ou dez, no máximo. O levantamento de peso poderia ter suas categorias diminuídas para 6 no masculino e 6 no feminino. Por exemplo, a categoria até 69kg feminina teve apenas sete atletas em Londres.

Os saltos ornamentais sincronizados entraram no programa em 2000 mas acho que pouco agregam a competição. Os vencedores são sempre os mesmos, as provas não tem nem eliminatórias.

Enfim, acho que a Olimpíada tem o tamanho ideal. O número de esportes e de provas ideais. Crescer mais é bobagem.

Acho importante um esporte só entrar se outro sair. E que o número de medalhas não cresça!

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EUA, a maior potência

Confesso que, antes da Olimpíada, imaginava que a China iria terminar os Jogos em primeiro no quadro de medalhas. Mas os EUA, a partir da segunda semana, lideraram a disputa e  venceram com 46 ouros, contra 38 dos rivais.

Aliás, os americanos fizeram a melhor campanha desde a tumultuada olimpíada de 84, sem o bloco Comunista. Melhor, inclusive, que a da Olimpíada de 1996, quando os Jogos aconteceram em Atlanta.

E os norte-americanos venceram a Olimpíada em todos os critérios.

No de medalhas de ouro, líder 46 e 38 contra a China.

No total, 104 a 88.

No número de atletas ou equipes entre os oito melhores, também líder. 215 a 170 da Rússia, segunda colocada nesse quesito.

No número de modalidades com medalha de ouro, também liderança americana. 15 modalidades levaram ouro para os Yankees, 12 para os chineses.

O maior medalhista da Olimpíada foi o americano Michael Phelps, com quatro ouros e duas pratas.

Não tem o que falar. Os norte-americanos tem o melhor esporte do mundo. Por muitos, muitos e muitos motivos.

SEGUE ABAIXO O RANKING DE NÚMEROS DE ATLETAS OU EQUIPES ENTRE OS OITO PRIMEIROS

1-)EUA- 215 atletas ou equipes entre os 8 primeiros(1º no quadro de medalhas)
2-)RÚSSIA 170 (4º)
3-)CHINA 148 (2º)
4-)GRÃ BRETANHA 145(3º)
5-)ALEMANHA 133(6º)
6-)AUSTRÁLIA 97(10º)
7-)FRANÇA 90 (7º)
8-)ITÁLIA 85(8º)
9-)JAPÃO 78(11º)
10-)COREIA DO SUL 58(5º)
10-)CANADÁ 58( 36º)
12-)UCRÂNIA 52 (13º)
13-)HOLANDA 50(14º)
14-)ESPANHA 46(21º)
15-) BELARUS 43(26º)
16-)HUNGRIA 38(9º)
16-)BRASIL 38(22º)
16-) POLONIA 38(30º)
19-)NOVA ZELÂNDIA 37(15º)
20-)CUBA 36(16º)
21-) DINAMARCA 32(29º)
22-)REPÚBLICA TCHECA 28 (19º)
23-) ROMENIA 22(27º)
24-)CAZAQUISTÃO 21(12º)
25-) QUENIA 21(28º)

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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Números e mais números

Segundo o Comitê Olímpico Brasileiro, o número de finais de Londres foi menor do que o de Pequim. 35 a 41. Mas a participação brasileira melhorou qualitativamente.

Em 2008, apenas nove modalidades colocaram atletas entre os oito primeiros. Em Londres, o Brasil conseguiu esse feito em 16 esportes: Atletismo,basquete,boxe,futebol,ginástica, handebol,hipismo,judô, levantamento de peso,natação,pentatlo moderno,taekwondo,tênis, vela,vôlei e vôlei de praia.

Considero final qualque resultado entre os oito primeiros,seja no atletismo, seja no handebol ou basquete. E, nesse quesito, a participação em Londres foi um pouco melhor. 38 a 36.

Isso porque algumas finais obtidas por nossos atletas em Pequim não foram finais que os colocaram entre os oito primeiros. Casos de Fabiana Murer(10ª), Keila(11ª), Jade(10ª), Ana Claudia(17ª) e Marcelo Tosi(22º).

A verdade é que, se formos pegar apenas os oito melhores colocados em cada uma das 302 provas olímpicas, o Brasil foi o 16º colocado nesse quesito, com 38. Em Pequim, o Brasil ficou em 18º. Melhoras pequenas, bem pequenas, mas que demonstram o que eu falei no blog nos últimos quatro anos: O esporte brasileiro cresceu, pouco, muito pouco, mas está crescendo. Não o suficiente, mas está crescendo.

E a velha história...Que esporte é mais desenvolvido? O do Cazaquistão, que levou 7 medalhas de ouro mas chegou  "apenas"  21 vezes entre os oito primeiros? Ou o Canadá, que ficou em 36º no quadro de medalhas, com apenas um ouro mas 58 vezes entre os oito primeiros, 10º no quadro desse quesito?

Enfim,amanhã tem post especial sobre o levantamento que fiz, de quantas vezes cada país ficou entre os oito primeiros.

Só um começo: Os americanos ficaram entre os oito primeiros 215 vezes. A Rússia ficou em segundo nesse quesito, 170.

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Atletismo


O atletismo brasileiro teve um desempenho pífio em Londres. Nenhuma medalha conquistada, apenas três finais e cinco atletas entre os oito primeiros.

Os que chegaram a Olimpíada com chances de medalha foram exatamente os mesmos de quatro anos atrás. Dois revezamentos, Maurren,Fabiana e Marilson. Pouca renovação.

Mas, para a Olimpíada de 2016 algo parece estar mudando. A Confederação fez, na minha opinião, um bom trabalho na base(Ainda looooooonge do ideal, CLARO) e as coisas começaram a melhorar.

Primeiro, muitos recordes brasileiros foram batidos nos últimos dois anos, inclusive em provas que estavam estabilizadas há anos, como o arremesso de peso masculino e lançamento de disco feminino. Até dois anos atrás, eram raríssimos os recordes nacionais quebrados.

Mas o melhor é que a nova geração está vindo muito bem e acho que em 2016 vai trazer um recorde de medalhas e finais.

Essa geração que "apareceu" nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2010, quando o Brasil levou 15 atletas e chegou a 10 finais. Depois, no mundial sub-20 desse ano conseguiu um baita resultado, com uma medalha de ouro e três bronzes. Além disso, foram outras quatro finais, chegando a 12ª posição no "plancing table".

O "Placing table" é um ranking que a IAAF faz ao término de toda competição. Dá oito pontos para o ouro, sete para prata, seis para o  bronze, cinco para o quarto lugar e assim por diante.

Thiago Braz foi campeão mundial sub-20 do salto com vara, com a marca de 5m55, o que já o deixaria perto de um índice olímpico. Com apenas 18 anos de idade.

Tamiris de Liz foi além. Ganhou duas medalhas no mundial junior, bronze nos 100m e no revezamento, e ainda conseguiu vaga para a Olimpíada de Londres como reserva. Algo parecido com que Rosângela Santos, nossa melhor velocista no adulto, fez em 2008.Medalha no mundial e depois na Olimpíada.

Tamara de Souza se destaca há pelo menos dois anos nas categorias de base e, no mundial, foi  bronze no heptatlo.

Geisa foi a melhor surpresa do atletismo brasileiro na Olimpíada de Londres. A campeã juvenil de 2010 ficou na sétima posição na Olimpíada, com direito a quebra de recorde pessoal.

Tem muitos outros nomes surgindo por aí. Darlan Romani já quebrou algumas vezes o recorde do arremesso de peso adulto, Aldemir e Diego mostram que a velocidade masculina está renascendo, Jessica Reis continua bem no salto em distância...Enfim, muitos nomes.

E estava na hora dessa renovação. O time de atletismo do Brasil é basicamente o mesmo desde o último ciclo olímpico. É hora de mudar.

E está mudando.

Aos poucos, mas está melhorando...

Mas, claro, poderia ser bem melhor...

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domingo, 19 de agosto de 2012

Calendário 2012

A Olimpíada, claro, foi o evento mais importante do ano. Mas, daqui até dexembro, muitas competições importantes vão acontecer, tanto nas categorias de base como no adulto.

A principal competição até o fim do ano é o Mundial de Piscina curta, em dezembro. As seletivas começam nessa semana, o Trofeu José Finkel de natação. O Mundial de piscina curta é sempre colocado em segundo plano, em ano olímpico então, terceiro plano. Mas é uma competição legal e, vale lembrar, foi exatamente num mundial de piscina curta pós Olimpíada, em 2004, que Cesar Cielo surgiu, fazendo parte do revezamento 4x100m livre que foi prata.

Nos próximos dias, teremos três etapas da Diamont League de atletismo. Claro que tudo é ressaca da Olimpíada, mas é interessante ver outras competições importantes na modalidade.

No judô, tem algumas competições adultas, como o mundial por equipes no Brasil e o Grand Slam de Tóquio.

Mas, o que mais pega nesse segundo semestre são os mundiais de categoria de base.

Na última semana já teve início os mundiais de basquete sub-17 feminino e o mundial juvenil de handebol. Hoje, teve início o mundial sub-20 de futebol feminino e, em setembro, acontece o mundial sub-17 da mesma modalidade.

O boxe, esporte que conquistou três medalhas olímpicas em Londres, tem o mundial junior no próximo mês de outubro, entre 15 e 28. Que o Brasil conquiste bons resultados e que os atletas sigam bem na carreira e não façam como David Lourenço, campeão juvenil em 2010, que ainda não se encontrou no adulto.

O ciclismo pista tem o mundial junior nessa semana na Nova Zelândia. No fim do ano, começam as etapas da Copa do Mundo adulta.

Entre os dias 8 e 13 de outubro acontece o mundial junior de saltos ornamentais, modalidade no qual o Brasil precisa urgentemente de renovação. Andressa é um belo nome que surgiu no último ano, mas tirando ela, o Brasil vive dos mesmos nomes há 12 anos...

Ainda nas águas, entre os dias 26 e 30 de setembro, acontece o mundial junior de nado sincronizado.

Dos dias 4 a 9 de setembro, acontece o mundial junior de luta, modalidade que está crescendo no Brasil mas ainda precisa de um ídolo, de um atleta de ponta para crescer definitivamente.

Uma modalidade que está crescendo aqui, e a medalha da Yane prova isso, é o pentatlo moderno. Em setembro, acontecem os mundiais de menores e júnior da modalidade.

Enfim, muita coisa para rolar ainda em 2012. E tudo com os olhos voltados para Rio 2016...

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Olimpíada em casa

O Brasil saiu de Londres com 17 medalhas, número recorde. Para o Rio, quando irá atuar em casa, o COB prevê 30 medalhas.

Número que podia sim ter ocorrido em Londres, se fosse uma Olimpíada perfeita para o Brasil. Era "só" somar duas medalhas no atletismo, uma no basquete, outra no boxe, o futebol feminino, mais duas no judô, o handebol, o hipismo saltos, outra na natação, uma no taekwondo, no tênis e mais duas no vôlei de praia.

Mas, nunca um país tem uma Olimpíada perfeita. Nem o Brasil nem nenhum país.

Ou seja, o Brasil precisa é aumentar o número de chances de medalhas. Aumentando o número de chances de medalhas, obviamente as medalhas aumentam.

Por exemplo, Thiago Pereira, Yane Marques, Felipe Kitadai e Esquiva Falcão chegaram a Londres com CHANCES de medalhas. Kitadai e Thiago com chances até remotas.  E os quatro subiram ao pódio.

O objetivo é chegar a Londres com 60, 70 chances de medalhas. Assim, as 30 que se espera virão.

Faltam mais de 1500 dias para os Jogos, mas chutaria, hoje, um número de 27 medalhas.

Aposto numa melhora no atletismo, que com uma boa geração que está a caminho pode conquistar duas,três até quatro medalhas em 2016. Aposto na medalha do handebol, tão esperada. A Luta feminina está crescendo e acho que em 2016 desencanta e a ginasta masculina tem visto muitos nomes surgindo. Acredito que o país possa chegar  com quatro ou cinco chances de medalha na ginástica masculina em 2016.

Mas, em quatro anos, não se muda uma história. Dificilmente, esportes """nanicos""" por aqui como badminton, ciclismo,esgrima, hóquei na grama, polo aquático, remo, saltos ornamentais, tiro, tiro com arco e trampolim acrboático cheguem aos Jogos do Rio com chances de medalha.

Outro "nanicos" melhoraram bastante nos últimos anos e podem incomodar, principalmente pelo fato de estar em casa, como basquete,canoagem,luta,levantamento de peso entre outros.

Os demais, tradicionais, tem que manter a tradição de medalhas. O judô e o vôlei, na verdade, não tem mais como evoluir muito. Estão numa situação de potencia mundial, num patamar em que é difícil subir mais.  O boxe parece estruturado o suficiente para continuar crescendo...

E o fator casa influi, e muito. Não há dúvidas que, se a Olimpíada fosse no Brasil, Esquiva teria sido ouro, Robson Conceição não teria sido eliminado na estreia, Diogo subiria ao pódio, Rafaela não teria sido desclassificada no judô, Erica não perderia na estreia do boxe, Lara e Nayara seriam finalistas no nado, Natalia teria avançado no taekwondo, Ana Luiza e Fernanda teria ganho uma medalha na vela, já que eram segundo na metade da sétima regata quando esta foi cancelada DO NADA.

Não, isso não é choro de perdedor não. Foram provas e competições em que qualquer que fosse a decisão dos juízes seria certa. E quando você está em casa, dificilmente essas decisões polêmicas vão contra os donos da casa. Sou contra isso, tudo deveria estar sempre em igualdade de condições, mas infelizmente não é isso que acontece.

É cedo, muito cedo...

Mas tudo começa agora. Aliás, tudo começou faz algum tempo. Mais precisamente em outubro de 2009, quando o Rogge virou aquele papel e falou "Rio de JJJJaneiro".

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domingo, 12 de agosto de 2012

Faltam 1454 dias

Começo o blog "Brasil no Rio" no dia do encerramento da Olimpíada de Londres, assim como fiz de 2008 para 2012.

A Olimpíada dura apenas 16 dias, mas todo o processo do esporte olímpico nacional se desenvolve demora os outros 1525 do quadriênio.Muitas vezes, o processo começa antes. O velho exemplo da China, que começou a se desenvolver para valer depois de 2000 e, em casa,em 2008 chegou ao resultado de 51 medalhas de ouro.

Esse ciclo será diferente e especial. A próxima Olimpíada será no Brasil e  o Brasil terá o direito e o dever de participar de todas as modalidades.

A qualidade do esporte brasileiro não é medida nos 16 de Olimpíada e sim nos outros 1444.

Vou tirar uma pequena folga de uma semana e em alguns dias já voltou às postagens com tudo.

Diariamente, como sempre